Friday, March 23, 2007

Abro as janelas de minha casa como quem adimira uma paisagem bonita.Me enche os olhos a beleza do que vem de fora,a capacidade de transformação que um ser humano causa no outro,a remexida precisa que a arte provoca.Um inquietar profundo de uma alma por vezes adormecida...o som dos passaros assoviando,o bater dos tambores que acelera as batidas de um coração que falece,o perfume da terra molhada que preenche o vazio do desconhecido porém presente.Sinto que é preciso sempre ir além, adentro desta mata fechada,deste mar pouco explorado mas que está lá nos chicoteando o tempo todo com seu balançar,que nos despenteia os cabelos,nos despe,nos faz perder o folego...mas que é mapa do tesouro que estamos sempre em busca.Navego neste mar como um marujo a procura de novas terras,sem medo do que posso encontrar pela frente...um navegar sem fim,um nunca chegar..uma tempestade forte,um tsunâmi,um monstro marinho quem sabe.Na verdade quero mais é esbarrar com eles o tempo todo,quero encontrá-los na medida certa de meu tamanho,quero naufragar nestas águas infinitas,esbarrar com os mais assustadores seres....e me encantar com eles porque são todos frutos de mim mesma,porque não há nada que me assuste mais do que desconhecê-los,porque não há nada mais covarde do que renegá-los,porquê não há nada melhor do que abraça-los e me apaixonar por eles...

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